sexta-feira, 6 de setembro de 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

EVANGELIZAR É MAIS DO QUE ANUNCIAR O KERIGMA Autor: Agenor Brighenti

Para responder, como Igreja, às novas perguntas que emergem de nosso contexto atual, além dos três critériosjá apontados, é preciso ter presente também o imperativo de levar a cabo uma evangelização integral. Há segmentos da Igreja, hoje, que reduzem a evangelização ao mero anúncio ou “proclamação do kerigma”, no sentido de propiciar uma experiência de fé de corte emocional ou de simplesmente transmitir uma doutrina.
Evangelizar, conforme apontou Evangelii Nuntiandi, é uma tarefa complexa, termo que no Documento substitui “missão”, entendida esta tradicionalmente como sair para fora da Igreja para trazer pessoas para dentro dela. Evangelizar não é implantar a Igreja; é ser mediação do Espírito para a encarnação do Evangelho na vida dos interlocutores. A Igreja é consequência da evangelização, do testemunho e do anúncio do Reino; ela é fruto da Palavra acolhida na comunidade dos discípulos de Jesus.
Etapas de uma evangelização integral
Desde a primeira hora do cristianismo, as primeiras comunidades cristãs levaram a cabo uma evangelização integral, um processo gradual, que contempla etapas ou momentos, que são expressão do respeito ao Evangelho e aos interlocutores em questão: testemunho (martyría), do anúncio (kerigma), da catequese (disdaskalia), da formação teológica (krísis), da celebração na liturgia daquilo que se espera (leitourgía), do serviço, em especial aos mais pobres (diakonía), em espírito de comunhão com os irmãos na fé (koinonía).
Nas últimas décadas, a CNBB tem frisado com as conhecidas quatro “exigências” – testemunho, diálogo, anúncio, vida comunitária – que evangelização não começa com o anúncio, mas com o testemunho. Importa primeiro mostrar a fé e não demonstrá-la. É o testemunho que abre o interlocutor para o diálogo e, quando este se dá, como o Evangelho é comunicação, se pode então anunciar o kerigma. Na sequência, a adesão a Jesus Cristo e seu Reino leva a aprofundar os conteúdos da fé, inclusive teologicamente, a celebrá-la liturgicamente na comunidade e, sobretudo, a fazê-la obra, através do serviço e da vida fraterna.
A fé cristã não consiste simplesmente em um novo modo de ver, mas de agir. Cristianismo é um comportamento, uma ética, um compromisso de conversão pessoal e de transformação da sociedade, segundo os desígnios de Deus. A obra redentora de Jesus não se resume em uma hamartologia – a apagar pecados pessoais. Consiste, segundo Paulo, em uma recapitulação do Plano da Criação – “eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Jesus não é o autor de uma salvação a-histórica e espiritualizante, mas de uma salvação enquanto libertação de todos os sinais de morte na vida pessoal e social. A ressurreição de Jesus transfigura tudo o que está desfigurado e leva à plenitude tudo o que está marcado pela finitude.
Conversão pessoal e das estruturas
Consequentemente, a evangelização é caminho de uma conversão, que abrange mais do que uma mudança pessoal e do coração. Como bem advertiu Paulo VI em Evangelii Nuntiandi, para que a evangelização não se reduza a um “verniz superficial” ou a uma fé sem adesão a Jesus Cristo, sem pertença à comunidade de seus seguidores e sem compromisso com a edificação do Reino no mundo, precisa abarcar, simultaneamente, conversão do coração das pessoas e das estruturas. Não se pode esquecer que as pessoas fazem as estruturas, mas estas também fazem as pessoas, sobretudo, quando não se é ou não se consegue ser sujeito delas.
Bento XVI, no Discurso Inaugural de Aparecida, frisou que fé cristã “não é uma fuga no intimismo, no individualismo religioso, um abandono da realidade urgente dos grandes problemas econômicos, sociais e políticos da América Latina e do mundo, e uma fuga da realidade para um mundo espiritual” (DI, 3). A conversão do discípulo é em vista de uma missão no mundo, dado que a Igreja existe para o mundo, para fazer presente e, cada vez mais visível, o Reino de Deus, na história. Daí o compromisso também com a mudança das estruturas, porquanto o pecado social não é a soma de pecados individuais, mas pecados pessoais que passaram às instituições.
Para Aparecida, a evangelização como inculturação “do Evangelho na história, no mundo moderno e tradicional”, nos “novos areópagos” significa, sobretudo, uma presença ética coerente e prolongada, onde os discípulos missionários se tornam semeadores de “valores evangélicos” (DAp, 491). O “ponto de chegada” da evangelização não é a Igreja. Esta não se anuncia, antes aponta para Jesus Cristo e se apresenta como mediação histórica para aqueles que aderirem à fé no Deus Trindade, a ser vivido em comunidade. A adesão a Jesus Cristo leva à adesão ao sacramento da comunidade. Não há cristão sem Igreja.
Evangelização e promoção humana
Por isso, segundo a Evangelii Nuntiandi“entre evangelização e promoção humana, existem laços profundos”, dado que “o plano da Criação está para a promoção humana, assim como o plano da redenção está para a evangelização”. Não se pode perder de vista que o encontro com Jesus Cristo é redentor da pessoa inteira e de todas as pessoas, o que implica num “processo de passagem de situações menos humanas para mais humanas”, como afirmou Medellín.
Nesta perspectiva, Aparecida, juntamentecom a Populorum Progressio e a tradição latino-americana, reafirma que a obra da evangelização leva à autêntica libertação, integral, abarcando a pessoa inteira e todas as pessoas, fazendo-as sujeito de seu próprio desenvolvimento e da edificação de uma sociedade justa e solidária (DAp, 399).

ESTEL – ESTUDANDO O DOCUMENTO DE APARECIDA

A ESTEL – Escola de Teologia para Leigos, da Diocese de Tubarão, que há 25 anos vem ministrando com grande aproveitamento o Curso de Teologia, estando agora em sua 14ª turma, vem aos poucos se firmando em novos cursos especiais, tornando-se, paulatinamente, também em uma excelente escola de formação pastoral.
     Dia 04 de junho, encerrou-se mais um desses cursos especiais. Desta vez, a temática escolhida foi o Documento de Aparecida, texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
     O Curso sob a orientação, muito competente, do teólogo e agora Diácono Rafael Uliano, se constituiu de oito encontros semanais com duração de 2h e 30 minutos cada. Foi frequentado e concluído por 33 lideranças provenientes de nove paróquias da Diocese.
     Outros cursos especiais já ministrados tiveram como foco, o primeiro, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Verbum Domini”, de 2008; o segundo, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015. Estes dois cursos foram orientados por Dom Wilson Tadeu Jönck, então, bispo da Di
ocese de Tubarão.

Ordenação Diaconal do Seminarista Rafael Uliano

Na tarde do domingo da Santíssima Trindade a igreja matriz São Francisco de Assis de Monte Castelo ficou tomada de fieis que participaram da ordenação diaconal de Rafael Uliano. Também padres, diáconos, religiosas, seminaristas e familiares fizeram-se presentes.
      O diácono Rafael escolheu como lema “Eu Tenho que trabalhar” (Jo 9,4). Ao final da celebração, os presentes foram recepcionados no salão paroquial para um café colonial.